quinta-feira, outubro 26, 2006

Poluição Humana vs Paisagens Paradisíacas

Passo férias no Sudoeste Alentejano desde há cerca de 15 anos, e é sem dúvida o meu destino de eleição a nível nacional. Sempre adorei aquela paisagem estonteante, aquela gastronomia fabulosa, a simpatia das gentes locais, etc., etc., etc. Hoje em dia, o Alentejo não perdeu nenhuma destas características, mas pelo contrário ganhou uma: a poluição humana. E então o que é isto da poluição humana? A poluição humana é sem dúvida a quantidade exagerada de gente, que assola aquela paisagem no mês de Agosto, tornando aquilo que era um paraíso, numa qualquer Alfubeira cheia de gente ou até mesmo numa Milfontes. Mas enquanto o Algarve vai tendo infra-estruturas para isso, A Costa Vincentina não tem. E isto reflecte-se nas filas intermináveis para o multibanco, nos restaurantes sempre cheios, no trânsito insuportável, na impossibilidade de arranjar estadia sem ser com a devida antecedência, e no desespero de arranjar um lugar para espetar o guarda-sol na praia. Ora uma das causas deste fenómeno é sem dúvida o Festival do Sudoeste, evento que adoro e do qual poucas foram as edições que perdi, mas que em Agosto leva para aquelas paragens milhares de pessoas, e que nos últimos anos se tem tornado no verdadeiro desfile de popstars ao nível do público (embora às vezes tb ao nível do cartaz).
É uma pena, mas é um fenómeno perfeitamente normal. Os locais à medida que vão ficando conhecidos quer pela paisagem, quer pelos eventos, quer por outro motivo qualquer, vão se enchendo de gente. Relativamente ao Sudoeste Alentejano, as pessoas que já conheciam aquilo (como eu) continuam a ir, as pessoas que começam a conhecer, vão indo, a as pessoas que ainda não conhecem, vão começar a ir (e os que morrem deixam de ir!). Portanto, devido a isto tudo, tomei uma opção: Alentejo só na Páscoa se estiver bom tempo ou em Setembro se houver disponibilidade e sobrar dinheiro.
Não imaginam as saudades que tenho de deambular por Odeceixe, pelo Brejão ou pela Zambujeira, com aquilo praticamente deserto, com a possibilidade de me sentar numa qualquer esplanada a ler um livro e a comer umas ameijoas, ou as saudades duma mariscada "à homem" nas Azenhas do Mar.
Mas como me veio o tema deste post à cabeça? Estava eu a passar umas cassetes de video para o PC, quando descubro uma filmagem da Costa feita na altura da Páscoa (2005) e onde ser consegue aperceber a magnificiência do sossego a que me referia anteriormente! Ora deliciem-se...


Pois é! Paraíso não? Já agora, descobri outro filme duma altura do festival, no verão desse mesmo ano, onde se podem ver as casas que arrendamos ao Rogério, com vista privilegiada sobre Odeceixe e o rio, e as nossas brilhantes jantaradas cá fora depois de tar na praia até às tantas. Como bónus vêm os Domadores de Cavalos, dois indíviduos desconhecidos, que no rescaldo duma noitada, resolvem ir para o Brejão alimentar cavalos com palha. Ora vejam...

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